Na madrugada de quinta-feira, 03 de maio, Jon Matsumoto, autor do site americano Grammy, publicou um artigo no site falando sobre o crescente sucesso do gênero K-pop. Confira a seguir:
A Explosão K-pop
Artistas sul-coreanos como Girls’ Generation e Big Bang estão fazendo a onda internacional da música
Enquanto a Coréia do Sul é uma parte vital do boom do crescimento econômico na Ásia, o país de quase 50 milhões de pessoas está exportando mais do que apenas eletrônicos de consumo e carros nos dias de hoje. Sua música popular nativa, universalmente conhecida como K-pop, também está encontrando uma crescente audiência em lugares como os Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e América do Sul. E em outros mercados asiáticos, incluindo o Japão, ela já é um grande negócio.
Nas maiores cidades dos Estados Unidos, como Chicago, Atlanta e Houston, os concertos esgotaram salas com capacidades de 1.700 a 2.500 fãs. Em 2011, o grupo de nove integrantes de dance-pop,Girls’ Generation, se apresentou para uma plateia lotada, junto com outros artistas de K-pop, no New York’s hallowed Madison Square Garden. E em Los Angeles, o Festival de Música Sul-Coreana tem sido parte da temporada de concertos no Hollywood Bowl, que tem capacidade para mais de 17.000 pessoas, nos últimos 10 anos. Realizado no dia 28 de abril desse ano, o festival contou com apresentações de artistas sul-coreanos como Brown Eyed Girls, Im TaeKyung, Kim KyungHo e Lena Park, entre outros.
Christine Ha, uma repórter do The Korea Times de Los Angeles, apresentadora do Festival Anual de Música Sul-Coreana, disse que o evento agora atrai aproximadamente 30% de não coreanos.
“Nós notamos [o crescimento na diversidade da audiência nos shows do Hollywood Bowl] a dois ou três anos atrás”, disse Ha. “Isso inclui a comunidade hispânica, a comunidade chinesa [e] outros americanos… Nós sempre esgotamos”.
A crescente população sul-coreano-americana em cidades como Los Angeles está certamente ajudando a aumentar a popularidade do K-pop nos Estados Unidos, mas audiência do gênero no país se estende além da demografia asiático-americana.
“Quando nos apresentamos em Los Angeles, New York e Paris, nós ficamos chocadas e surpresas de ver que a maioria de nossos fãs não eram asiáticos”, disse Sunny do Girls’ Generation. “Foi quando nós percebemos o quão grande e influente o K-pop estava [se tornando] ao redor do mundo”.
Joon Ahn, vice presidente executivo para divisão de negócios da música da coreana CJ Entertainment & Media, diz que o K-pop primeiro emergiu nos anos 90 com cantores de balada como Kim GunMo eShin SeungHun. A primeira década do novo milênio tem visto o surgimento de novas estrelas comoGirls’ Generation, Big Bang, Super Junior e Wonder Girls, com o último fazendo a abertura para o Jonas Brothers em 2009.
Como o público internacional para o K-pop aumentou, por isso tem seus limites estilísticos, diz Ahn. Hip-hop, rock e Techno são agora incorporados por alguns artistas do movimento. Snoop Doggparticipou da faixa título/promocional do álbum ‘The Boys’, do Girls’ Generation. Kanye West apareceu na faixa ‘Ayyy Girl’ do JYJ em 2010; e Will.i.am, do The Black Eyed Peas, irá, alegadamente, produzir o álbum de estreia nos Estados Unidos do grupo de K-pop 2NE1, um grupo todo feminino de hip-hop.
Hoje, muitos artistas de K-pop estão ajustando suas vistas de imediato para o mercado internacional. E enquanto a preparação que alguns vão passar é uma reminiscência das praticas artísticas rigorosas de desenvolvimento empregadas pela Motown Records de Barry Gordy nos anos 60, Ahn acredita que esta atenção ao detalhe que contribuiu para o sucesso de muitos desses grupos.
“Nos anos recentes, os artistas sul-coreanos planejaram suas atividades no exterior logo que fazem sua estreia local”, diz Ahn. “Portanto, o treinamento vocal, ensaios de dança e exercícios físicos são apenas o começo. Cursos de línguas estrangeiras e etiqueta também são dadas”.
Alguns dos artistas de K-pop são recrutados de outros países como Tailândia, China, Japão e os Estados Unidos. Tiffany, do Girls’ Generation, nasceu em Stephanie Hwang, em São Francisco.Nichkhun, do grupo masculino 2PM, que nasceu e foi educado na Califórnia do Sul e é descendente de tailandeses e chineses, sente que é um beneficio ter integrantes, em um grupo, que podem falar fluentemente e cantar em outras línguas, especialmente em inglês.
“É uma grande vantagem ter dois integrantes que falam inglês em nosso grupo”, observa Nichkhun.
“É TaecYeon e eu. Ser capaz de se comunicar com os fãs é muito importante. Então, se o 2PM fizer sua estreia em países que falam inglês, nós podemos nos conectar muito melhor com os fãs”.
Ahn acredita que o crescimento na mídia digital é a maior razão pela qual o K-pop se tornou uma entidade global. O vídeo para o single de 2009, ‘Gee’, do Girls’ Generation, foi visto mais 73 milhões de vezes no YouTube. A música se tornou a mais longa canção nº1 no ranking do sistema de transmissão sul-coreana, e seu álbum homônimo, lançado no Japão em junho de 2011, ganhou disco duplo de platina, o primeiro para um grupo feminino sul-coreano.
“O canal para o movimento da música é agora muito simples com o digital”, Ahn observa. “Até mesmo o tamanho dos arquivos são convenientes para isso. Comparado aos filmes, teatro musical, ou séries de TV, que tem uma grande barreira linguística, o apelo musical é comunicado através do ritmo e do impacto visual. YouTube e outras redes sociais tem contribuído muito para espalhar música de todo o tipo e permitindo que elas possam ser ouvidas [por] uma grande audiência”.
Com o sucesso comercial vem o aumento da concorrência. Tem sido dito que até mesmo alguns meses fora dos holofotes podem significar problemas para um grupo de K-pop de sucesso, porque há muitos artistas chamando a atenção.
“O cenário K-pop é muito competitivo, porque há muitas pessoas talentosas e jovens que também querem fazer parte do cenário”, disse Nichkhun. “Recentemente fomos longe trabalhando em nosso álbum no Japão e já estamos começando a ver tantos novos grupos jovens. Portanto, temos a certeza de manter a nossa popularidade na Coréia do Sul enquanto nos expandimos a outros mercados, o que duplica ou triplica o trabalho. Não é fácil”.
Tiffany adiciona: “Agora, com a maioria dos grupos tentando se expandir e atravessar outros mercados e territórios, a competição é muito mais forte. Nós somos muito gratas pelo apoio de nossos fãs”.
Duvidas permanecem em relação ao potencial de crescimento e influência do K-pop. O cenário será capaz de produzir artistas que durarão anos, como os Beatles e Michael Jackson, que deixaram de serem ídolos adolescentes para se tornarem artistas internacionais atemporais? Enquanto isso, resta esperar para saber, os artistas do K-pop irão certamente colher os benefícios do atual sucesso do gênero.
créditos : SarangInGayo
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