segunda-feira, 21 de maio de 2012

“A ‘Hallyu’ não irá durar nem mais cinco anos”, diz o portal de notícias The Korea Times


Contrariando os inúmeros artigos coreanos e internacionais que elogiam a rápida expansão da Hallyu(“onda coreana”) no exterior e que predizem um crescimento ainda maior do movimento no futuro, um artigo publicado recentemente pelo portal de notícias coreano The Korea Times sugere que a natureza viral desse sucesso pode não durar tanto quanto o esperado.
Confira a tradução completa do artigo a seguir:

60% dos estrangeiros dizem que o entusiasmo pela Coreia irá cair

Por Kim Susan Se-jeong
“A ‘Hallyu’ irá se arrefecer em quatro anos”
Seis em cada dez estrangeiros acreditam que a recente mania pela cultura coreana – K-Pop, filmes, séries e novelas televisionadas – irá declinar durante os próximos anos.
Sessenta por cento das 3.600 pessoas entrevistadas em nove países, incluindo China, Japão, Tailândia, Estados Unidos e França, duvidam que a hallyu, a onda coreana, terá sucesso internacional duradouro, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura, Esportes e Turismo coreano em parceria com a Fundação Coreana para o Intercâmbio Cultural Internacional (Korea Foundation for International Culture Exchange - KOFICE).
A hallyu, que teve início com o famoso drama coreano “Winter Sonata” em 2002, e que continua com o grupo de K-Pop Girls’ Generation, ainda é febre ao redor do mundo. Por essa razão, os coreanos, atualmente embriagados com a mania internacional pela cultura coreana, ficaram chocados com o resultado da pesquisa.
O principal motivo que faz os estrangeiros duvidarem da continuidade do sucesso da hallyu é o fato de eles estarem “cansados do conteúdo padronizado,” como responderam 20,5% dos entrevistados.
Coreografias, letras e figurinos hiper sensuais são comuns entre cantores adolescentes e ”ídolos” do K-Pop. Seriados de tv coreanos repetidamente abordam os mesmos tópicos, como traição, vingança e segredos em torno do nascimento ou da identidade das personagens, tornando difícil a comoção de uma audiência cada vez menos interessada.
Especialistas acreditam que este é o momento de a hallyu se reinventar.
A Coreia precisa “vender” sua incomparável história para poder conquistar os outros países, integrando as tradições à cultura popular, dizem os especialistas.
“Um conteúdo que não seja original e diferente não irá sobreviver no mercado. É essencial diversificar os assuntos divulgados pela mídia”, disse um assessor do Ministério da Cultura. “Nós também precisamos encorajar o investimento financeiro na mídia, porque não se pode criar uma obra-prima apenas com um bom enredo e uma ideia.”
Na sociedade atual, a história que se conta é equivalente ao dinheiro. Um enredo original irá ajudar a tornar um drama, filme, jogo ou animação um sucesso.
O bestseller mundial “Harry Potter” mostra o quão poderosa uma nova história pode ser. O valor da marca da série de sete volumes escrita por JK Rowlling arrecadou $ 15 bilhões em uma década, cabendo à autora o lucro de $1 bilhão. A série sobre o bruxo aprendiz, que compreende sete livros, oito filmes, diversos jogos e um parque temático, inaugurado na Flórida em 2010, acrescenta o valor estimado de $6 trilhões à economia britânica anualmente. Isto é equivalente ao valor que a Samsung Electronics, a maior empresa coreana, arrecadou no primeiro quadrimestre do ano passado.
A hallyu também possui algumas histórias de sucesso.
O número de turistas que visitaram Namiseom, uma pequena ilha no Rio Han, em Chuncheon, alcançou o recorde de 2,3 milhões no ano passado. 18%, ou 400.000 deles, eram estrangeiros.
Isto é resultado do sucesso de “Winter Sonata”. O famoso drama coreano, que estrelou Choi Ji-woo e Bae Young-joon, exibido entre janeiro e março de 2002, utilizou Namiseom como cenário.
Tornou-se o primeiro sucesso da hallyu quando inúmeras  mulheres japonesas de meia idade se juntaram para visitar os sets de filmagem, com o fim da exibição do drama. Namiseom utiliza um método de linha do tempo para guiar os turistas, recriando a narrativa em cada ponto da ilha.
É conhecida como “República de Nami”, e faz com que os visitantes passem por um “escritório de imigração”. Muitos acreditam que passeios exclusivos como esse e comemorações como o “Dia Nacional” para os estrangeiros também contribuem para atrair turistas.
O “Seoul Forum 2012″, realizado nos dias 16 e 17 de maio  no Hall da Dinastia do hotel Shila em Seul, divulgou planos de ajudar a globalizar a hallyu.
Fonte: Sarangingayo


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